Dolorosamente belo e trágico. Está aí três palavrinhas que definem muito bem este livro. Acho que nunca li um livro, em que o personagem principal estivesse tão obcecado por cometer suicidio. Como também acho que nunca li um livro que me mostrasse de maneira trágica, como as pessoas que são importantes para nós nos dão sinais claros e de todos os tipos sobre tudo o que as aflige, e que nosso gesto pode sim fazer a diferença, principalmente se a pessoa estiver pensando na própria morte.
"Dois jovens prestes a escolher a morte despertam um no outro a vontade de viver."
Os capítulos intercalam entre Violet e Finch. O livro já se inicia com o Fich pensando se hoje era um bom dia para morrer. Ele está na beirada do alto da torre do colégio pronto pra pular. E é assim que ele conhece a linda Violet. Ela está a alguns metros de distância dele, mas não pensem que é para oferecer ajuda. Muito pelo contrário, ela também está ali para pular.
Finch é um garoto diferente, praticamente não tem amigos. Vive cheio de conflitos internos e é sempre assombrado por seus apagões. As vezes quando ele está no auge das suas crises ele apaga, e fica assim durante dias ou até mesmo semanas, e quando ele realmente volta a si, não se lembra de nada.
"Desliguei de novo. Apaguei. Num minuto, tudo estava girando e, no instante seguinte, minha mente se arrastava em círculos...então simplesmente desliguei e dormi, mas não como você faz todas as noites. Pense em um sono longo e profundo, durante o qual você nem sonha."
Violet é o que podemos dizer ser a garota perfeita. Tem uma vida boa, um namorado lindo, tem uma página na internet com a irmã mais velha dando dicas sobre tudo, sua página faz bastante sucesso entre as meninas, é linda e tem um futuro promissor pela frente. Mas quando em um acidente de carro perde a irmã que era tudo em sua vida, ela se sente perdida, ninguém entende sua dor, ou o sentimento que não a abandona nunca, de que era pra ter sido ela e não a irmã a morrer naquele acidente.
É então que algo acontece, ela não sabe dizer como ou quando toma a decisão de se matar, e nem o porque de ter escolhido o alto da torre e nem como foi parar lá, Violet só consegue lembrar de ser puxada para trás, ser salva - impedida talvez, de cair - de se jogar, nem ela sabe ao certo, por um menino que também estava ali no alto, na beirada como ela para ser mais exato, ela só não sabe o porque dele estar ali.
" - Você perguntou por que quis fazer o projeto com você. Não é porque você também estava no parapeito, apesar de que, sim, isso tem a ver. Não é porque sinto essa estranha responsabilidade de ficar de olho em você, o que também tem a ver. É porque você sorriu pra mim naquele dia na aula. Um sorriso verdadeiro, não aquele de mentira que você dá pra todo mundo, com os olhos dizendo uma coisa é a boca, outra."
Depois desse encontro quase trágico dos dois eles acabam formando dupla em um trabalho de geografia. O trabalho é ter que visitar pontos turísticos da cidade e fazer anotações. E é exatamente assim, nesses intervalos de tempo que passam juntos, que ambos começam a encontrar um pouco de conforto, nas suas próprias dores. Ao mesmo tempo um segundo sentimento parece surgir, um que nenhum dos dois planejou (tá certo que talvez o Finch tenha planejado um pouquinho sim) mas que se torna algo inesperado, muito maior e lindo.
Título original: All the Bright Places
Autor: Jennifer Niven
Editora: Seguinte
Páginas: 335
Brochura
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